A À Praça está a preparar o lançamento do Museu da Cidadania, Democracia e Participação [Mipa]. Será um espaço museológico cujo acervo é constituído pelos resultados de um conjunto de experiências que têm como objetivo a inclusão social, através de um modelo prático de capacitação no campo da participação cívica que utiliza a ciência, a arte e a cultura como elementos de transformação e empoderamento de comunidades.
Com uma programação regular preparada para itinerância sempre que solicitada, o Mipa pretende trabalhar os aspetos essenciais ou exemplares da prática democrática, fomentando a participação e o envolvimento dos cidadãos na identificação e procura de soluções criativas para as suas questões.
Será, também, um espaço de troca de experiências criativas e colaborativas entre gerações e de criação de sinergias entre redes da sociedade civil com experiências inovadoras no campo da democracia participativa: organizações nacionais e internacionais, o mundo académico (alunos, professores, centros de investigação) e a Administração Pública.

 
O processo Mipa é composto por quatro fases dinâmicas, permeáveis e reversíveis:

Ação Pública – Processos de diagnóstico e reflexão ativos e participativos, em colaboração com as estruturas e infraestruturas existentes na comunidade, promovendo a inclusão dos cidadãos no território e na programação dos espaços culturais e sociais que os servem. Esta integração acontecerá através da promoção colaborativa de sessões de cinema, mesas redondas, debates, conferências ou palestras – agendados nas associações, organizações ou instituições públicas identificadas no território;

Ação Educativa – Projetos de mediação e outras apresentações complementares criativas tais como oficinas, workshops e universidades livres, realizados em redes de educação formais e informais. No projeto de ação educativa será fomentado o cruzamento de saberes, tradicionais e científicos, através do convite à descentralização do conhecimento metodológico, teórico, reflexivo e discursivo das estruturas clássicas e oficiais (Universidades, Museus e Administração Pública) para o território do projeto, num processo de construção em estreita colaboração.

Residência de Criadores – Nesta residência de criadores, artistas e cientistas sociais serão convidados a desenvolver projetos participativos e em colaboração com a comunidade na qual estão inseridos e por períodos de 3 a 6 meses. O formato dos seus conteúdos está em aberto, baseia-se em interferências criativas, participativas e territoriais com potencial transformador pela inclusão. A partir das histórias, impressões e desejos culturais previamente partilhados, podemos produzir também modos de articulação inovadores em redes criativas e sustentáveis;

Arquivo Documental e Acervo – Editorial (fanzines, jornais, folhas informativas e outros meios impressos para troca e conhecimento das atividades locais), vídeos com registos dos eventos, som, digitalizações de materiais, catalogação, etc. Acervo Mipa.

 
Os conteúdos do Processo de Ativação Mipa serão integralmente orientados para os objetivos de formação/informação e para a promoção de uma cidadania reflexiva, ativa e crítica. Este método será consolidado através de experiências/práticas artísticas públicas que pretendem aproximar: as Organizações Não Governamentais (ONGs) e instituições públicas parceiras – direta ou indiretamente interessadas em integrar a plataforma Mipa – e os cidadãos que habitam as suas áreas. O foco principal reside em conteúdos artísticos/criativos com potencial de transformação e inclusão ativas.

 
Pretendemos estabelecer uma articulação entre o potencial material/humano/cívico tradicionalmente existente no território e, a partir desse ponto, experimentar a metodologia proposta, prosseguindo assim com o objetivo de capacitar as ONGs para a participação em sociedade. Este processo é pautado por práticas de boa governação e de desenvolvimento sustentável.

 


 

Proponentes

 
Alexandre Costa

Alexandre A. R. COSTA (n.1973, Portugal), artista e comissário. No seu percurso já participou em exposições com autores como Tim Etchells, Edmund Francis, Martin Creed ou Tracey Emin. O seu trabalho foi apresentado, entre outros locais, em Frankfurt, Berlim (Alemanha), Sète, Paris (França), Porto, Lisboa (Portugal), Londres, Durham (Reino Unido), Madrid, Pontevedra (Espanha), São Paulo (Brasil), N.Y., Madisson/Washington D. C. (U.S.A.). Co-comissariou a exposição de vídeo TRANSTLÂNTICA X TRANSATLÂNTIDA, no Centro Cultural de São Paulo, Brasil (2012), ou o VIDÊNCIA #1 – Ciclo de vídeo, Porto. Foi também cofundador e corresponsável pela programação do projeto programático ARTEMOSFERAS & Espaço Artes Múltiplas – I.A.C. Porto (2001-2003), diretor do PROJECTO I.M.A.N. – Arte contemporânea (2005 – presente) e coorganizador dos Ateliers Mompilher Porto (2011 – presente). Docente do ensino superior público (I.P.V.C.) até 2009. Investigador desde 2009 no “Grupo de investigación MODO”, Facultad de Bellas Artes, Pontevedra, Universidad de Vigo, Espanha. Doutoramento em arte contemporânea, apoiado pela F.C.T.-I.P. (Fundação para a Ciência e Tecnologia). No seu percurso académico passou ainda por um Master of Arts na Surrey-Roehampton University – London, um D.E.A. de doutoramento na Universidade de Vigo, e uma licenciatura em Artes Plásticas na Universidade do Porto.

 
André Fonseca

Coimbra, 1985. Artista Plástico. Vive e trabalha no Porto. Frequentou o curso de Artes Plásticas – Ramo Multimédia, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Frequentou a Güzel Sanatlar Fakültesi – Marmara Üniversitesi (Fine Arts School – Marmara University) em Istambul, ao abrigo do programa Erasmus (2010/2011).
Durante a permanência em Istambul destaca-se a participação na Performance “Form it able” da artista de nacionalidade turca Nezaket Ikici, a viver em Berlim desde a década de 70.
Membro fundador do grupo Sintoma – Performance, Investigação e experimentação – Integrado no Núcleo de Arte e Intermédia (i2ADS, FBAUP).
No seu processo de formação livre destaca-se o workshop de gravura coordenado por Choichi Nishikawa (Japão) durante a XVI Bienal de Arte de Cerveira em Agosto de 2011.
Pertenceu ao coletivo de artistas Miraxes S.A. com apresentações na Exposição Arqueologia do Fogo (Valença) e XV Bienal de Arte de Cerveira (V.N. Cerveira).
Pertence ao projeto Rua do Sol 172 – atelier e espaço cultural baseado no centro histórico do Porto.
Desenvolve e apresenta regularmente o seu trabalho destacando-se os seguintes espaços e eventos: Galeria ZDB, Lisboa; XV e XVII Bienal de Cerveira; Espaço Ilimitado / Quarto Escuro – Project Room, Porto; Centro Cultural Vila Flôr – Palácio, Guimarães; Galeria Painel, Ispup, Porto; Epipiderme 22, Lisboa; We Are Ready For Close-up, Porto; Centro Cultural de S. Paulo, Brasil; La Permanence, Clermont Ferrand, França; Petirama, Friche la Belle de Mai, Marselha, França.

 
Luísa Marinho

Jornalista desde 2000. Trabalhou na redação de “O Comércio do Porto” entre 2000 e 2005, na secção de Cultura. Colaborou na publicação “Duas Colunas”, do Teatro Nacional São João, e em edições do Museu de Arte Contemporânea de Serralves. Em 2000 e 2001 foi coeditora da revista “Aponte” editada pelo Jornal Universitário do Porto no âmbito da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura. Foi coeditora literária da revista de literatura, música e artes visuais “aguasfurtadas”.
Elabora textos para o Festival de Teatro de Expressão Ibérica do Porto – FITEI e é coordenadora editorial do guia e programa do festival.
Esteve envolvida na programação e organização de ciclos de cinema em vários espaços culturais do Porto.
Realizou o filme documentário “Poeticamente Exausto, Verticalmente Só – A História de José Bação Leal”, estreado em 2007 no Festival DocLisboa.

 
Mariana Rodrigues

Frequência do 2º ano do Programa Doutoral em Ciências da Educação na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto e Ciências da Educação da Universidade do Porto. “O escutismo na construção da cidadania Juvenil: um estudo longitudinal sobre a participação nos escuteiros”, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Mestrado em Educação – Educação de Adultos e Intervenção Comunitária na Universidade do Minho.
É licenciatura em Educação na Universidade do Minho.
Bolseira de Investigação no Projeto EduCiParT – Educação para a Cidadania participatória em Sociedades em Transição.
Técnica Superior de Educação, contratada pela Fundação Filos. De Setembro 2007 a Julho 2009.

Trabalhos publicados:

– Ribeiro, Ana Bela, Rodrigues, M., Caetano, A., Pais, S. & Menezes, I. (2012). Promoting ‘active citizens’? The critical vision of NGOs over citizenship education as an educational priority across Europe.
– Ferreira, Pedro D., Caetano, A., Rodrigues, M. Lopes, C. C., Pais, S. C., Araújo, H. C. & Menezes, I. (2013). Visions of the authoritarian past in citizenship education policies and practices in Portugal and Spain.
– Rodrigues, M., Caetano, A. Ferreira, P., Pais, S. & Menezes, I. (2012). The Roles of NGOs in Citizenship Education: a Comparison between Portugal, England and Slovenia.
– Caetano, A., Rodrigues, M., Ferreira, P., Araújo, H. & Menezes, I. (2012). Citizenship Education Policies: The Contemporary European Masks of Democracy.

 
Miguel Marques [Fundador da Associação À Praça]

Nasceu em Lisboa e vive na cidade do Porto há 10 anos.
Em 2003 o seu filme de ficção “Rutura” teve uma menção especial no Festival de Avanca. Em 2008, o seu documentário Mulheres Traídas foi votado pelo júri Melhor Documentário no Festival Caminhos do Cinema Português.
Em 2012, Pots, Pans and Other Solutions dá a conhecer a situação política na Islândia, e as alternativas que os ativistas daquela ilha criaram, transformando o país num grande laboratório de democracia.
Esteve representado nos festivais DocLisboa, Docupolis, Filminho, Festroia, Número, El Ojo Cojo, Canada’s Portuguese Filme & Video Festival, Momorimage e numa mostra coletiva de artistas portugueses no Centro Cultural de S. Paulo.
Desde 2010 e até ao presente ano é responsável pela comunicação no Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes. Desde 2004 é formador de terapia pela arte no Espaço T.
É fundador da associação à Praça e um dos coautores do projeto Mipa, Museu da Cidadania, Democracia e Participação.

 
Tiago Almeida [Fundador da Associação À Praça]

Em 2006 terminou a licenciatura em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Em 2005 usou a bolsa Erasmus para transformar o seu projeto estético e realizar seis exposições na Polónia, em Wroclaw. No ano em que terminou o curso na FBAUP realizou – através da Associação Propaganda – o evento internacional More or Less no Museu da Ciência e Indústria no Porto. Entre 2007 e 2009 realizou exposições coletivas e individuais com obras da série Machines are Ready – Prémio Amadeo de Souza Cardozo, Galeria Serpente, Multiusos de Espinho, On Europe Montijo. Em 2008 experimentou alguns projetos curatoriais com a Galeria Parábola integrada no Roteiro Porto Lazer/Miguel Bombarda. Em 2009, um ano antes de ir realizar um Mestrado em Gestão Cultural na Universidade de Barcelona (incompleto), coordenou um atelier de práticas artísticas na Casa das Glicínias, no meio dos bairros de Campanhã. Em Barcelona, 2010, conclui a Pós Graduação em Politicas e Gestão Cultural. Nesse mesmo ano foi convidado a viver e viajar, entre Tel Aviv e os Territórios ocupados, durante 6 meses, onde realizou um projeto de fotografia e vídeo, entre Israel e a Palestina. Em 2011, foi selecionado pelo programa inov.art para realizar a sua residência no Centro Cultural São Paulo. Desde então tem desenvolvido projetos curatoriais enquanto Curador Associado de Artes Visuais do CCSP, em colaboração com outras instituições como: Guimarães – CEC 2012, Goethe Institut São Paulo, British Council, Matilha Cultural, Circuito Fora do Eixo, Museo de Antioquia (Medellín), entre outros.

 
Vasco Costa

Vasco Costa, artista plástico, residente no Porto, mestre em Desenho pela (FBAUP) Porto, e licenciado em Artes Plásticas pela (ESAD) Caldas da Rainha. Trabalha no Território das artes visuais e tendencialmente comunica através da escultura e da instalação.
Algumas participações recentes de trabalho em residências artísticas como OFFLINE, organizado pela Xerem em Lisboa 2013 e Schneiderei Vienna Áustria 2012 ano no qual é convidado a participar na 5 bienal de artes Plásticas Maputo, Moçambique onde desenvolve Maputo-Totem projecto de participação colectiva.
Comissário igualmente com Hugo Canoilas de projectos colectivos como Morro-project, 2007 ou dieci giorni per una arte collettiva, Turim 2011.
Foi seleccionado para os prémios EDP Novos Artistas em 2005, no Pavilhão de Portugal, Coimbra
Criador igualmente de cenografias para teatro, com peças como “ A Espera” de G. Garcia Marques, e “Medeia de Noitearder” para o TUP e igualmente “Cara de Fogo” para a Má-Companhia, Porto.
Publicações recentes na URBS revista de estudos urbanos e ciências sociais pela Universidade de Almeria, e uma publicação independente com Wolfgang Obermair, 2014 .
Faz parte desde 2003 da colecção de arte contemporânea de Pedro Cabrita Reis.

Vasco Costa é um artista plástico Português, que vive e trabalha actualmente no Porto.
A sua obra é exposta regularmente desde 2000, tendo passado recentemente por Bienais como a de Moçambique, e espaços expositivos como a Culturgest Lisboa, Premios EDP, etc…
A obra de VC desenvolve-se particularmente no territorio da Escultura, explorando a natureza crua dos materiais no qual organiza um discurso plástico-simbólico do qual se serve para espelhar a sociedade na poética da sua ruína.
Mestrado em Desenho e Técnicas de Impressão pela FBAUP Porto, e Licenciado em Artes Plásticas /Escultura pela ESAD das Caldas da Rainha